quinta-feira, 3 de abril de 2008

STRESS: “o estado de sobrevivência humana”


Uma das fontes principais do mau stress dos nossos dias é o facto de vivermos numa época em que tudo muda rapidamente e onde a competição pela sobrevivência é cada vez maior. Paralelamente existe também uma crescente consciência e maior necessidade do indivíduo em relação ao seu bem-estar.

Esta forma de estar que culturalmente as sociedades contemporâneas nos impõem leva-nos a um pau de dois bicos. Se por um lado existe uma clara consciência da necessidade de bem-estar, por outro provoca-nos índices de ansiedade e mau stress cada vez maiores. As pessoas deixam de viver o momento presente das suas vidas focando-se constantemente nos seus medos e inseguranças. Tal acontece porque os modelos que nos apresentam são cada vez mais perfeitos e nós seguimo-los como autómatos de forma a atingi-los ou a superá-los, indo assim de encontro àquilo que nos foi incutido e imposto como referência desde crianças. É neste contexto que muitas vezes deixamos de viver de uma forma saudável, focados que estamos nas nossas referências do passado e nas nossas inseguranças em relação ao futuro.

O diálogo interno começa por ser uma constante cada vez mais presente, podendo mesmo chegar a um pensar negativo obsessivo, levando o indivíduo a não poder saborear a vida e o momento presente. Começa então uma vida cheia de problemas, de angústias e dissabores, aquilo a que costumo chamar “o estado de sobrevivência humana”, deixa-se de ter controle da mente, esta é acompanhada de um ruído interno, um barulho constante que funciona como uma espécie de bloqueio.

O diálogo interno, este ruído interno constante e incessante é um grave problema para a saúde mental do ser humano. Pessoalmente penso que é um dos problemas mais graves e comuns que leva as pessoas a procurarem os serviços de psicologia clínica.

Apesar do diálogo interior ser importante no nosso processamento interno, o problema é não saber usá-lo convenientemente. Ao longo da vida aprendemos por tentativa e erro a lidar com esta situação, as nossas vivências ao longo da vida, com destaque para a infância, são as principais referências para que tal aconteça. São essas experiências que conduzem o nosso diálogo interno de uma forma mais ou menos saudável, considerando as nossas emoções, afectos, confiança em nós próprios e na própria vida. Podemos viver de uma forma mais ou menos satisfatória, tendo em conta a forma como direccionamos o nosso diálogo interno, isto é, o que focamos, para onde está dirigido o nosso diálogo interno e a forma como o fazemos.

Aprenda a viver com o seu diálogo interno de uma forma saudável, discipline a sua mente, foque a sua mente naquilo que realmente interessa e é positivo para si. SAIA DO SEU ESTADO DE SOBREVIVENCIA HUMANA E COMECE A VIVER. FAÇA UM FAVOR A SI MESMO: SEJA FELIZ!!!

Dr. Mário Brito José